Porquê ratos? De onde surgiu o nome para a vossa primeira mixtape?
A ideia de ter ratos na capa, surgiu porque nos sentimos como "ratos de laboratório" nesta rotina, neste sistema em que vivemos.
O nome “Triunfo dos Ratos” surgiu de uma conversa sobre o livro “O Triunfo dos Porcos” de George Orwell, onde os porcos se revoltam contra o poder. A nossa primeira mixtape era o nosso triunfo e a nossa revolta e assim ficou.
Que rotina é essa?
Mulé: Falo por mim e por qualquer um deles. Vivemos a rotina de um homem comum embora tentemos ser exatamente ter o contrário. Acordamos para ir trabalhar e para pagar contas, basicamente. Para me abstrair desta rotina, aproveito o máximo que consigo os meus tempos livres com o Belly e o Danny. São essas poucas horas que contam para nós, nessas horas dedicamo-nos aos projetos do grupo. Nessas horas criámos as nossas primeiras …. três mixtape, duas que ainda não foram lançadas.
Quais as vossas principais inspirações?
Mulé: Obviamente que nos inspiramos nas nossas próprias vivências. Escrevo sobre a nossa rotina e sobre os nossos ideais. Desde crianças até os dias de hoje muito aconteceu, muitas reviravoltas, fases boas e menos boas, houve até uma mudança de continente na minha vida. É sobre todos estes nossos anos que falo.
Quanto a influências musicais ...já ouviram a “intro” da nossa mixtape “O Triunfo dos Ratos”? Lá mostramos um pouco das nossas influências.
Basicamente, somos três e cada um tem as suas preferências. Juntos criamos um mix de tudo o que ouvimos. Desde B.I.G., Racionais, Wu Tang Clan, Froid, Flatbush Zombies a Tim Maia, Pink Floyd, Capitão Fausto, Led Zeppelin, sei lá, tantos.
Se aparecerem no nosso spot tanto podem ouvir Hip-Hop como podem ouvir música clássica. Simplesmente gostamos de música, boa música.
Como artistas, quais são os vossos maiores desafios?
Criar é um grande desafio mas isso dá-nos muito gozo. É nesta fase da criação que nos sentimos motivados a continuar e a não desistir.
Obviamente que o maior desafio tem sido chegar ao público. Temos muita música e pouca gente a ouvi-la.
Portanto, sentem dificuldade em promover o vosso trabalho?
Muita. Vivemos numa geração em que é fácil divulgar música nas redes sociais e facilmente nascem cem artistas de uma vez. Somos nós e todos os outros a lutar por uma oportunidade.
O mundo artístico agora vive numa constante luta por seguidores. Se não os tens não aparecem oportunidades para concertos. E se não dás concertos também é mais difícil ter seguidores. É uma bola de neve mas a caminhada vai-se fazendo e havemos de conquistar o nosso público. E é sempre mais fácil quando se tem alguma força financeira, isso também vale muito nas redes. Nós não temos, somos “broke” (risos) mas estamos bem, vamos dar tempo ao tempo, e as oportunidades surgirão.
Qual é o público que pretendem atingir?
Qualquer pessoa que se identifique com a nossa mensagem é o nosso público.
Vivemos um estilo de vida urbano e tentamos ser o mais mente aberta possível. Criamos música para pessoas como nós, que vivem nesta selva de cimento, que tentam fugir da rotina e que não se identificam com grande parte dos valores desta sociedade.
Sentem que têm apoio dos que vos rodeiam, amigos e familiares?
Felizmente sempre tivemos o apoio dos que nos rodeiam. O feedback tem sido positivo. Estamos muito gratos pelo suporte que temos sentido dos amigos e familiares.
“É nois”, estamos juntos!